sexta-feira, 14 de maio de 2021

HOMÍLIA DO 06º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO B. DIA DAS MÃES.


I INTRODUÇÃO

 A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens por ação dos discípulos de Jesus. A comunidade é, pois, o lugar delimitado pelo amor de Jesus, onde são visíveis seus efeitos. A grande exortação das leituras deste domingo pode ser traduzida por estas palavras do Mestre: “Permanecei em mim, que eu permanecerei convosco”. Essa é a condição fundamental para produzir frutos. 

II. COMENTÁRIOS

 1. I leitura (At 10,25-26.34-35.44-48) A primeira leitura relata a conversão e o batismo de Cornélio, centurião romano. Essa conversão indica que a comunidade cristã já desenvolve sua missão em ambiente pagão. A cena situa-nos em Cesareia, a grande cidade da costa palestina onde residia, habitualmente, o procurador romano da Judeia. O episódio refere-se à visita que Pedro faz a Cornélio, durante a qual lhe anuncia Jesus. Como resultado desse anúncio, dá-se a conversão de Cornélio e de toda a sua família. 

2. II leitura (1Jo 4,7-10)

 O texto que nos é proposto pertence à terceira parte da carta (1 Jo 4,7 5,12). Aí, o autor estabelece como critério da vida cristã autêntica a relação entre o amor a Deus e o amor aos irmãos. É nessa dupla dimensão que os cristãos devem encontrar a sua identidade. O amor divino manifestado em Jesus Cristo não se resumiu apenas a palavras, mas se exprimiu em gestos concretos. Quem conhece a Deus, quem tem uma vida íntima com ele, também deve ser capaz de ser generoso, de servir com gratuidade e externar o amor nas relações fraternas. 

3. Evangelho (Jo 15,9-17) 

Neste discurso de despedida de Jesus aos discípulos, João propõe-nos uma catequese onde são apresentadas as principais coordenadas desse "caminho" que os discípulos devem percorrer, após a partida de Jesus deste mundo. João refere-se, de forma especial, à relação de Jesus com os discípulos e à missão que os discípulos serão chamados a desempenhar no mundo. Nesse momento de despedida, as palavras de Jesus recordam aos discípulos o essencial da mensagem e apresentam-lhes as grandes coordenadas desse projeto que eles devem continuar a concretizar no mundo. “Se vocês guardarem os meus mandamentos, permanecerão no meu amor”. E define, no singular, qual é seu grande mandamento: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei a vocês”. Ao amar o próximo, temos a garantia de sermos amados por Jesus, que por nós deu sua maior prova de amor: “Ninguém tem amor maior do que alguém que dá a vida pelos amigos”. Jesus então nos considera amigos e se faz nosso constante guia e inspirador: “Fui eu que escolhi e orientei vocês, para que vão e deem fruto”. E, enfim, favorece nosso acesso a Deus Pai, que nos dará tudo o que nos for necessário: “Qualquer coisa que vocês pedirem ao Pai em meu nome, ele lhes dará”. 

III. ATUALIZAÇÕES

 • Naturalmente, no seu Coração só encontramos amor. O que constitui o mistério mais profundo de Deus é que é Amor. Tudo o que fez desde a criação até a redenção é por amor. Tudo o que espera de nós como resposta à sua ação é amor. Por isso, as suas palavras ressoam hoje: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). O amor pede reciprocidade, é como um diálogo que nos faz corresponder com um amor crescente ao seu amor primeiro. 

• Um fruto do amor é a alegria: “Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós” (Jo 15,11). Se nossa vida não reflete a alegria de acreditar, se nos deixamos afogar pelas contrariedades sem ver que o Senhor também está aí presente e nos consola, é porque não conhecemos Jesus suficientemente. 

• Deus sempre toma a iniciativa. Dizemo-lo expressamente ao afirmar que “fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). Sentimos a tentação de pensar que escolhemos, mas não fizemos nada mais que responder a um chamamento. Escolheu-nos gratuitamente para sermos amigos: “Já não vos chamo servos, chamo-vos amigos” (Jo 15,15)

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