sábado, 6 de novembro de 2021

HOMÍLIA DO SÁBADO 31ª SEMANA COMUM

 

I. INTRODUÇÃO

Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22s).

O missionário de Cristo não age sozinho, mas conta com indispensáveis colaboradores no serviço a Deus, os quais valoriza com sincera gratidão. Salutar estímulo aos líderes de nossas comunidades.

 

II. COMENTÁRIO

Jesus nos recomenda o correto uso do dinheiro para vivermos honestamente. O dinheiro pode corromper. Então, cuidado com a sua administração. Quem desvia pequena quantia é capaz de desviar grandes somas. 

A sociedade, infelizmente, está repleta de maus exemplos de corrupção desse tipo! O dinheiro pode tornar-se um ídolo sedutor e ocupar o lugar de Deus. Ora, com Deus é impossível qualquer espécie de concorrência. Ele é o único Senhor. 

Quanto aos fariseus, “amigos do dinheiro”, Jesus os adverte, porque nutrem outra forma de ganância, isto é, acumulam obras de observância pensando adquirir, com elas, direitos sobre Deus ou direitos à recompensa de Deus e à estima dos homens. “O Senhor detesta o arrogante” (Pr 16,5). Escolha sábia é usar o dinheiro para criar verdadeira fraternidade humana.

 

Oração

Ó Jesus, divino Mestre, recomendas a teus discípulos usar o dinheiro a serviço dos outros. A riqueza não é para ser endeusada, mas partilhada com os necessitados. Liberta-nos, Senhor, da escravidão dos bens terrenos, para nos sentirmos alegremente livres para o serviço do Reino. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

HOMIÍLA DA SEXTA-FEIRA DA 31ª SEMANA DO TEMPO COMUM.


 

I. INRODUÇÃO

Hoje o Mestre nos deixa desconcertados... Parece que aprova a “cultura do bolaço”: favores e mais favores entre mafiosos com falta de solidariedade que só pensam em um benefício próprio, sem importar-lhes a carestia dos muitos que sofrem. Não é isso! Não se trata de nos fazer “amigos do dinheiro”, senão de pôr o prestigio profissional ao serviço dos outros. 

O cristão não tem vocação de “burro decaído”. No trabalho, no social, no esporte… Deus nos exige aspirar à excelência. Se não, como removeríamos os corações?

 

II. COMENTÁRIO

Hoje, inclusive para este “administrador infiel”, do coração de Jesus sai um louvor (pela sua astúcia). Admiramos a tenacidade divina para salvar nossas vidas, nem que sejam aproveitando alguns poucos “fragmentos” do bem que Ele ache na nossa existência terrena. 

Em grande parte dos homens —isto podemos supor— fica no mais profundo do seu ser uma última abertura interior à verdade, ao amor, a Deus, porém nas opções reais da vida, dita abertura tenha-se embaçado com compromissos com o mal. 

Necessitamos de certa limpeza final (um purgatório!), onde o olhar de Cristo nos limpe de verdade, fazendo-nos aptos para Deus e capazes de estar na sua moradia. 

Senhor, antes que uma “peça malograda de um oleiro”, desejo ser salvo para culminar contigo minha existência.

 

III. ATUALIZAÇÃO
• Nesta linha discorre o ensino católico sobre o "purgatório".
• Deus pode recolher os “fragmentos” e fazer “algo” com eles (purificá-los e uni-los). É uma necessidade tão humana que, se não existisse o purgatório, teríamos de inventá-lo!



quinta-feira, 4 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA -- SÃO CARLOS BORROMEU, BISPO


 

I. INTRODUÇÃO

O Senhor firmou com ele uma aliança de paz, fazendo-o chefe do seu povo e sacerdote para sempre (Eclo 45,30).

Carlos nasceu na Itália em 1538 e lá faleceu em 1584. Arcebispo de Milão, dedicou-se com todo empenho às obras pastorais e à vida da Igreja. Foi um dos mais fiéis executores das conclusões do Concílio de Trento e ocupou-se seriamente com a formação dos bispos, padres e seminaristas. Celebrando sua memória, disponhamo-nos a construir uma Igreja viva e solidária com todas as realidades.

 

II. COMENTÁRIO

Jesus come com os pecadores. Comer em companhia de alguém significa criar comunidade, participar do seu modo de pensar. Com essa atitude, Jesus confronta os fariseus, que dividiam a sociedade em duas categorias: bons (os observantes da Lei, como eles) e maus (o povo simples, que eles desprezavam). Cem ovelhas e dez moedas indicam unidade. 

Jesus quer uma humanidade indivisível; não se pode dividir o mundo em sagrado (os bons) e em profano (os maus). Deus não se conforma com a perda de alguma de suas criaturas.

Invertem-se os valores: pela misericórdia de Deus, os que não têm voz nem vez, os excluídos pela sociedade, também religiosa, quando se convertem ao Reino, são capazes de fazer festa e de partilhar com os outros. Deus, por sua vez, alegra-se com a reintegração de todos na Aliança.

 

Oração

Ó misericordioso Jesus, a todos acolhes com bondade, mas dás preferência aos pecadores que se convertem. Nas parábolas da misericórdia, salientas que o céu promove grande festa quando “um só pecador se converte”. Ajuda-nos, Senhor, a ser compreensivos com quem deseja retomar os caminhos de Deus. Amém.

 




 

Pe. Edivânio José.

 

 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA 31ª DA QUARDA-FEIRA DA SEMANA DO TEMPO COMUM


 

I. INTRODUÇÃO

Hoje, somos confrontados com o apelo de Cristo à prudência ("sentar-se primeiro a calcular"), situando-o no contexto da atividade económica, cujas crises globais não são alheias ao "deficit" generalizado de prudência («a ganância é um dos principais perigos», afirmou João Paulo II).

 

II. COMENTÁRIO

A essência da atividade-ação económica é algo muito simples: precisamos de alocar os nossos recursos (limitados) a finalidades alternativas (não podemos fazer tudo). Este "exercício de alocação" realizamo-lo todos, todos os dias, em todas as nossas atividades (tempo, estudos, compras, escolhemos cônjuge! etc.). 

Esta "racionalidade económica" é profundamente ética: onde haja escolha de finalidades, aí há responsabilidade moral (elegemos as finalidades de acordo com a visão que temos do homem).

A História mostra que este processo de alocação de recursos a finalidades alternativas costuma ser "inconsistente", incoerente: começamos "casas" que não poderemos terminar, ou, simplesmente, tentamos fazer coisas impossíveis e/ou inúteis. E isto a nível pessoal, familiar, empresarial e institucional. O apelo à prudência e à sobriedade é uma exigência ética e de racionalidade económica.

 

Oração

Senhor Jesus, desceste do céu para fazer a vontade do Pai, e o desejo do Pai celeste é que ressuscites a todos os que te procuram de coração sincero. Confiantes e cheios de esperança, prosseguimos nossa jornada terrena, certos de que nos ressuscitarás no último dia. Amém.




terça-feira, 2 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA Comemoração de todos os fiéis defuntos.

I. INTRODUÇÃO

Hoje, o Evangelho recorda o fato fundamental do Cristianismo: a morte e ressurreição de Jesus. Façamos nossa, agora, a oração do Bom Ladrão: Jesus, lembra-te de mim (Lc 23, 42). 

II. COMENTÁRIO

A Igreja não reza pelos santos como ora pelos defuntos, que dormem no Senhor, mas encomenda-se às orações daqueles e reza por estes, diz Sto. Agostinho num Sermão. Pelo menos uma vez por ano nós, os cristãos, questionamo-nos sobre o sentido da nossa vida e sobre o sentido da nossa morte e ressurreição. É no dia da comemoração dos fiéis defuntos, da qual Sto. Agostinho nos apontou a diferença em relação à festa de Todos os Santos.

Os sofrimentos da Humanidade são os sofrimentos da Igreja e têm em comum, sem dúvida, o fato de todo o sofrimento ser de algum modo privação de vida. Por isso a morte de um ser querido nos causa uma dor tão indescritível que nem a fé sozinha consegue aliviá-la. Assim, os homens sempre quiseram honrar os defuntos. 

Na verdade, a memória é uma forma de fazer com que os ausentes estejam presentes, de perpetuar a sua vida. Mas os mecanismos psicológicos e sociais, com o tempo, amortecem as recordações. E se, humanamente, esse fato pode levar à angústia, os cristãos, graças à ressurreição, têm paz. A vantagem de nela crermos é que nos permite confiar em que, apesar do esquecimento, voltaremos a encontrar-nos na outra vida.

III. ATUALIZAÇÃO
• Uma segunda vantagem de crermos consiste em que, ao recordar os defuntos, rezamos por eles. 
• Fazemo-lo no nosso interior, na intimidade com Deus, e cada vez que rezamos juntos, na Eucaristia: não estamos sós perante o mistério da morte e da vida, antes o compartilhamos como membros do Corpo de Cristo. 
• Ao ver a cruz, suspensa entre o céu e a terra, sabemos que se estabelece uma comunhão entre nós e os nossos defuntos. Por isso S. Francisco proclamou agradecido: Louvado sejas, Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal. 



 

Pe. Edivânio José.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA 31ª SEMANA COMUM

I. INTRODUÇÃO

Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22s)

Os caminhos do Senhor são impenetráveis; algo, porém, se manifesta aos nossos olhos: sua misericórdia. Confiemos sempre no Senhor, certos de que ele “atende à prece dos seus pobres” e os convida à sua mesa.

 

II. COMENTÁRIO

Somos influenciados por uma sociedade mercantilista, na qual tudo tem preço, nada se faz sem pagamento. Essa mentalidade afeta também os cristãos, não obstante os insistentes convites de Jesus a embrenharmo-nos pelos caminhos da gratuidade. É a lição que nos vem do Evangelho de hoje. 

A orientação do Mestre é fazer o bem aos que não podem retribuir com a mesma moeda. Acudir generosamente aos fracos e praticar a caridade desinteressada são exercícios salutares e recomendáveis para nos assemelharmos a Jesus, que tudo ofereceu, sem nada esperar em troca. 

Não se trata apenas de repartir bens materiais, mas podemos incluir, entre as dádivas, o tempo, a compreensão, o bom conselho. Além de experimentar alegria pelo gesto em si, seremos beneficiados com a recompensa na “ressurreição dos justos”.

 

Oração

Senhor Jesus, por trás de nossas atitudes pode haver interesses: agradar o outro, mostrar que somos pessoas de

bem, obter recompensa. Esse caminho não combina com a proposta do Reino. Impulsiona-nos, Senhor, a agir para agradar a Deus, sabendo que a recompensa virá “na ressurreição dos justos”. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

domingo, 31 de outubro de 2021

HOMÍLIA DA 31° Domingo do Tempo Comum - Ano B


I. INTRODUÇÃO

A liturgia do 31° Domingo do Tempo Comum diz-nos que o amor está no centro da experiência cristã. 

O caminho da fé que, dia a dia, somos convidados a percorrer, resume-se no amor Deus e no amor aos irmãos - duas vertentes que não se excluem, antes se complementam mutuamente.

II. COMENTÁRIOS

A primeira leitura

Apresenta-nos o início do "Shema' Israel" - a solene proclamação de fé que todo o israelita devia fazer diariamente.  

É uma afirmação da unicidade de Deus e um convite a amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.

A segunda leitura

Apresenta-nos Jesus Cristo como o sumo-sacerdote que veio ao mundo para cumprir o projeto salvador do Pai e para oferecer a sua vida em doação de amor aos homens.  

Cristo, com a sua obediência ao Pai e com a sua entrega em favor dos homens, diz-nos qual a melhor forma de expressarmos o nosso amor a Deus.

EVANGELHO

O Evangelho diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a experiência de fé do discípulo de Jesus se resume no amor - amor a Deus e amor aos irmãos. 

Os dois mandamentos não podem separar-se: "amar a Deus" é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. 

Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã.

III. ATUALIZAÇÃO
• Jesus, porém, lançando mão de dois textos do Antigo Testamento (Dt 6,4-5; Lv 19,18), esclarece qual é a questão central da lei judaica: amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como a si mesmo.
• Os dois mandamentos formam uma unidade inseparável. Não é possível amar a Deus sem amar o próximo. João, na 1ª Carta, escreve: “Quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê” (1Jo 4,20). 

Oração

Ó Jesus Mestre, teu diálogo com um doutor da Lei criou ocasião para nos ensinares sobre o mandamento mais importante: amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como a nós mesmos. Ajuda-nos, Senhor, a assimilar em

profundidade o significado desses mandamentos e a colocá-los em prática. Amém.