quarta-feira, 10 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DA 32ª SEMANA DO TEMPO COMUM.

I. INTRODUÇÃO

O reconhecimento e a gratidão são sentimentos nobres de quem sabe acolher como dom os benefícios recebidos de Deus. Apesar de serem tantas as pessoas beneficiadas por seus milagres, Jesus estava atento para este aspecto. Não lhe passava despercebida a reação de quem se via curado por obra de seu amor misericordioso.

 

II. COMENTÁRIO

Por ocasião da cura de dez leprosos, só um teve a gentileza de voltar para agradecer a Jesus. E era um samaritano, portanto, um estrangeiro, na mentalidade dos judeus. A gratidão brotou de um excluído e desprezado como pagão. 

Só ele foi capaz de glorificar a Deus, cujo Reino se fez presente em sua vida pela ação de Jesus. O gesto de adoração do samaritano, prostrado com o rosto em terra, aos pés do Mestre, demonstrou a consolidação de sua fé naquele, a quem recorrera com tanta confiança. E foi salvo pela fé.

O que se passou com os outros nove curados? Por que não voltaram para agradecer o dom da cura, que lhes permitiu reconquistar o direito de cidadania? Talvez, se tivessem esquecido de que haviam recebido um dom totalmente gratuito, ou pensassem que Jesus havia feito simplesmente sua obrigação. Logo, não era necessário voltar para agradecer-lhe.

É a ingratidão de quem, sendo agraciado com os benefícios divinos, permanece fechado aos apelos do Reino de Deus.

 

Oração

Ó Deus, que jamais permitis que as potências do mal prevaleçam contra a vossa Igreja, fundada sobre a rocha inabalável dos apóstolos, dai-lhe, pelos méritos do papa são Leão, permanecer firme na verdade e gozar paz para sempre. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.




 

Pe. Edivânio José.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA -DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO

I. INTRODUÇÃO

Eu vi a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, ornada como a noiva que se preparou para o seu noivo (Ap 21,2).

Considerada “mãe e cabeça de todas as igrejas”, a basílica de São João do Latrão foi a primeira igreja construída em Roma por Constantino. É a catedral do bispo de Roma, o papa. Os templos de pedra são um sinal da presença de Cristo. Celebremos em comunhão com as comunidades cristãs do mundo inteiro.

 

II. COMENTÁRIO

Laterano (Latrão) era o sobrenome de uma das antigas famílias romanas cujas propriedades foram confiscadas por Nero. No século IV, o imperador Constantino doou parte dessas terras ao bispo de Roma (papa) para edificar aí a primeira catedral cristã. 

É considerada a Igreja-mãe de Roma. Por suas atitudes e palavras, o Mestre esclarecia a seus discípulos que ele, Jesus, é o novo templo de Deus, a morada do Altíssimo entre nós (cf. Jo 1,14). É por Cristo, com Cristo e em Cristo que os louvores da humanidade se elevam a Deus.

Naturalmente, o povo, para se congregar, necessita de igrejas físicas. Mas estas só têm sentido porque remetem à Igreja, Corpo de Cristo (cabeça e membros), animada pelo Espírito Santo. As igrejas de pedra ou tijolos são, portanto, um sinal da presença de Cristo.

 

Oração

Divino Mestre, Jesus Cristo, não toleraste a exploração que se praticava na “casa” de teu Pai. Por isso, indignado, expulsaste do templo os vendilhões inescrupulosos. Ensina-nos, Senhor, a devolver à Igreja seu verdadeiro sentido, a saber, ocasião e lugar de comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs. Amém.

 

 


Pe. Edivânio Jodé.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Homília da Segunda-Feira da 32ª semana do Tempo Comum


I. INTRODUÇÃO

Hoje consideramos um dos textos mais enigmáticos do Novo Testamento. Na realidade, as "montanhas" e "árvores" que removem a fé são as que obstaculizam nossa vida. Estas são quase sempre, muito mais importantes que os que figuram nos mapas.

II. COMENTÁRIO

O ato de fé não é convencer-se de uma ideia ou atribuir um poder à fé, mas que consiste em confiar em que Deus está  e posso pôr-me em suas mãos. Então desaparecerá a "montanha".

O Senhor emprega também o símbolo do "grão de mostarda", que sendo o menor de todos os grãozinhos, acaba convertendo-se em uma árvore onde os pássaros fazem seus ninhos.

Este grão de mostarda é um profundo símbolo da fé: alberga, por um lado, a insignificância (que me empobrece), mas também a potencialidade do crescimento. A fé é, sobretudo, uma semente de vida.

Só serei um verdadeiro crente quando a fé seja uma semente viva que cresce em meu interior, e só então transformará realmente meu mundo trazendo algo novo.

III. ATUALIZAÇÃO
• Hoje, os apóstolos pedem o melhor que se pode pedir a Deus: - Aumenta-nos a fé. A história do cristianismo demonstra que a resposta de Jesus não foi exagerada: a fé dos cristãos removeu impérios e levantou catedrais. 
• A atitude de fé - quer dizer, de confiança - é algo muito humano. Ou, se não é, em que base assentam as amizades, se celebram matrimónios, se criam empresas…? Nada funciona sem confiança.
• Que tem de estranho confiar em Deus? É certo que não O vemos: maior razão para viver de fé. Deus é Deus, não é um árbitro de futebol!

 

Oração

Senhor Jesus, em breve mensagem, preciosos ensinamentos. Não escandalizar os pequeninos significa não atrapalhar o progresso que fazem os que assumiram os valores do Reino. Além disso, tu nos recomendas perdoar, sem medida, aos que nos ofenderam; enfim, tu nos ensinas a fazer bom uso de nossa fé. Amém.

 




Pe. Edivânio José.

domingo, 7 de novembro de 2021

HOMÍLIA DO DOMINGO DE TODOS OS SANTOS E SANTAS.

 HOMÍLIA DO DOMINGO DE TODOS OS SANTOS E SANTAS.

 

I. INTRODUÇÃO

Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Todos os Santos. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.

Alegremo-nos no Senhor nesta solenidade de Todos os Santos e Santas. A liturgia nos convida a buscar a face de Deus em meio às tribulações do mundo e celebrar com a multidão dos que já vivem em plenitude as bem-aventuranças. Vocacionados à santidade, invocamos aqueles que nos deixaram exemplos de amor e compromisso com o projeto do Pai.

 

II. COMENTÁRIO

 

1ª LEITURA

As primeiras perseguições tinham feito cruéis destruições nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas comunidades desaparecer, acabadas de fundar? As visões do profeta cristão trazem uma mensagem de esperança nesta provação. 

É uma linguagem codificada, que evoca Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear diretamente, aplicando-lhe o qualificativo de Babilónia. A revelação proclamada é a da vitória do Cordeiro. Que paradoxo! O próprio Cordeiro foi imolado. Mas é o Cordeiro da Páscoa definitiva, o Ressuscitado. 

Ele transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que O seguem, em particular pelo martírio, e eles são numerosos; participam doravante ao seu triunfo, numa festa eterna.

 

2ª LEITURA

Segunda mensagem de esperança. Ela responde às nossas interrogações sobre o destino dos defuntos. Que vieram a ser? Como sabê-lo, pois, desapareceram dos nossos olhos? E nós próprios, que viremos a ser?

A resposta é uma dedução absolutamente lógica: se Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos, não nos pode abandonar. Ora, em Jesus, vemos já a que futuro nos conduz a pertença à família divina: seremos semelhantes a Ele.

 

EVANGELHO

Desde a origem da Igreja, não faltaram cristãos e cristãs que encerraram, com o martírio por Cristo, o curso de sua vida terrena. Ao lado dos mártires, milhares de seguidores de Cristo deram testemunho de virtudes heroicas e também foram canonizados. 

Igualmente, outros tantos fiéis, cujos nomes não estão inscritos no rol dos santos, cumpriram fielmente a vontade de Deus e viveram o amor fraterno de modo exemplar. Pois bem, a Solenidade de Todos os Santos, além de venerar esses modelos de santidade, nos ensina que tornar-se santo, ou santa, é possível para todos. 

Papa Francisco nos adverte: “O que quero recordar com esta Exortação [GE] é sobretudo o chamado à santidade que o Senhor faz a cada um de nós, o chamado que dirige também a ti: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’ (Lv 11,45; cf. 1Pd 1,16)”.

 

III. ATUALIZAÇÃO
• Primeira leitura: Como descrever a felicidade dos mártires e dos santos na sua condição celeste, invisível? Para isso, o profeta recorre a uma visão.
• Salmo responsorial: O salmo de hoje proclama as condições de entrada no Templo de Deus. Ele anuncia também a bem-aventurança dos corações puros. Nós somos este povo imenso que marcha ao encontro do Deus santo.
• Segunda leitura: Desde o nosso baptismo, somos chamados filhos de Deus e o nosso futuro tem a marcada da eternidade.
• Evangelho: Que futuro reserva Deus aos seus amigos, no seu Reino celeste? Ele próprio é fonte de alegria e de felicidade para eles.

 

Oração

Ó Jesus Mestre, és o Caminho que conduz ao Pai; és a Verdade que revela os planos divinos; és a Vida que renova o mundo. Confiantes, te pedimos, Senhor: dá-nos perseverança na constante busca da santidade nesta vida, a fim de vivermos eternamente em comunhão contigo e com todos os santos. Amém.

 



 

Pe. Edivânio José.

 

 

sábado, 6 de novembro de 2021

HOMÍLIA DO SÁBADO 31ª SEMANA COMUM

 

I. INTRODUÇÃO

Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22s).

O missionário de Cristo não age sozinho, mas conta com indispensáveis colaboradores no serviço a Deus, os quais valoriza com sincera gratidão. Salutar estímulo aos líderes de nossas comunidades.

 

II. COMENTÁRIO

Jesus nos recomenda o correto uso do dinheiro para vivermos honestamente. O dinheiro pode corromper. Então, cuidado com a sua administração. Quem desvia pequena quantia é capaz de desviar grandes somas. 

A sociedade, infelizmente, está repleta de maus exemplos de corrupção desse tipo! O dinheiro pode tornar-se um ídolo sedutor e ocupar o lugar de Deus. Ora, com Deus é impossível qualquer espécie de concorrência. Ele é o único Senhor. 

Quanto aos fariseus, “amigos do dinheiro”, Jesus os adverte, porque nutrem outra forma de ganância, isto é, acumulam obras de observância pensando adquirir, com elas, direitos sobre Deus ou direitos à recompensa de Deus e à estima dos homens. “O Senhor detesta o arrogante” (Pr 16,5). Escolha sábia é usar o dinheiro para criar verdadeira fraternidade humana.

 

Oração

Ó Jesus, divino Mestre, recomendas a teus discípulos usar o dinheiro a serviço dos outros. A riqueza não é para ser endeusada, mas partilhada com os necessitados. Liberta-nos, Senhor, da escravidão dos bens terrenos, para nos sentirmos alegremente livres para o serviço do Reino. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

HOMIÍLA DA SEXTA-FEIRA DA 31ª SEMANA DO TEMPO COMUM.


 

I. INRODUÇÃO

Hoje o Mestre nos deixa desconcertados... Parece que aprova a “cultura do bolaço”: favores e mais favores entre mafiosos com falta de solidariedade que só pensam em um benefício próprio, sem importar-lhes a carestia dos muitos que sofrem. Não é isso! Não se trata de nos fazer “amigos do dinheiro”, senão de pôr o prestigio profissional ao serviço dos outros. 

O cristão não tem vocação de “burro decaído”. No trabalho, no social, no esporte… Deus nos exige aspirar à excelência. Se não, como removeríamos os corações?

 

II. COMENTÁRIO

Hoje, inclusive para este “administrador infiel”, do coração de Jesus sai um louvor (pela sua astúcia). Admiramos a tenacidade divina para salvar nossas vidas, nem que sejam aproveitando alguns poucos “fragmentos” do bem que Ele ache na nossa existência terrena. 

Em grande parte dos homens —isto podemos supor— fica no mais profundo do seu ser uma última abertura interior à verdade, ao amor, a Deus, porém nas opções reais da vida, dita abertura tenha-se embaçado com compromissos com o mal. 

Necessitamos de certa limpeza final (um purgatório!), onde o olhar de Cristo nos limpe de verdade, fazendo-nos aptos para Deus e capazes de estar na sua moradia. 

Senhor, antes que uma “peça malograda de um oleiro”, desejo ser salvo para culminar contigo minha existência.

 

III. ATUALIZAÇÃO
• Nesta linha discorre o ensino católico sobre o "purgatório".
• Deus pode recolher os “fragmentos” e fazer “algo” com eles (purificá-los e uni-los). É uma necessidade tão humana que, se não existisse o purgatório, teríamos de inventá-lo!



quinta-feira, 4 de novembro de 2021

HOMÍLIA DA QUINTA-FEIRA -- SÃO CARLOS BORROMEU, BISPO


 

I. INTRODUÇÃO

O Senhor firmou com ele uma aliança de paz, fazendo-o chefe do seu povo e sacerdote para sempre (Eclo 45,30).

Carlos nasceu na Itália em 1538 e lá faleceu em 1584. Arcebispo de Milão, dedicou-se com todo empenho às obras pastorais e à vida da Igreja. Foi um dos mais fiéis executores das conclusões do Concílio de Trento e ocupou-se seriamente com a formação dos bispos, padres e seminaristas. Celebrando sua memória, disponhamo-nos a construir uma Igreja viva e solidária com todas as realidades.

 

II. COMENTÁRIO

Jesus come com os pecadores. Comer em companhia de alguém significa criar comunidade, participar do seu modo de pensar. Com essa atitude, Jesus confronta os fariseus, que dividiam a sociedade em duas categorias: bons (os observantes da Lei, como eles) e maus (o povo simples, que eles desprezavam). Cem ovelhas e dez moedas indicam unidade. 

Jesus quer uma humanidade indivisível; não se pode dividir o mundo em sagrado (os bons) e em profano (os maus). Deus não se conforma com a perda de alguma de suas criaturas.

Invertem-se os valores: pela misericórdia de Deus, os que não têm voz nem vez, os excluídos pela sociedade, também religiosa, quando se convertem ao Reino, são capazes de fazer festa e de partilhar com os outros. Deus, por sua vez, alegra-se com a reintegração de todos na Aliança.

 

Oração

Ó misericordioso Jesus, a todos acolhes com bondade, mas dás preferência aos pecadores que se convertem. Nas parábolas da misericórdia, salientas que o céu promove grande festa quando “um só pecador se converte”. Ajuda-nos, Senhor, a ser compreensivos com quem deseja retomar os caminhos de Deus. Amém.

 




 

Pe. Edivânio José.