quarta-feira, 15 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA QUARTA-FEIRA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

I. INTRODUÇÃO

Simeão disse a Maria: Teu filho será causa de queda e de ressurreição para muitos. Ele será sinal de contradição, e teu coração será transpassado como por uma espada (Lc2,34s).

A devoção a Nossa Senhora das Dores encontra seu fundamento em diversas passagens dos Evangelhos, por exemplo nas palavras proféticas do velho Simeão: “Uma espada vai atravessar tua alma” (Lc 2,35). As dores de Maria estão intimamente ligadas à vida de Jesus. Por esta celebração, somos convidados a reviver o momento decisivo da história da salvação.

 

II. COMENTÁRIO

A celebração litúrgica das Sete Dores da Virgem foi acolhida no calendário romano pelo papa Pio VII (século XVII). Pio X fixou a data definitiva para 15 de setembro, conservada no atual calendário litúrgico, que mudou o título da festa: de Sete Dores de Maria para Nossa Senhora das Dores. 

A paixão de Maria se concentra na cena em que ela está de pé junto à cruz de seu Filho. Sabemos, porém, que Maria, durante toda a sua vida, com seu coração de Mãe, conheceu e experimentou o sofrimento ao ver seu Filho rejeitado pelos adversários. 

Por isso a devoção popular enumerou os principais momentos dolorosos de Maria, suas Sete Dores: a profecia de Simeão, a fuga para o Egito, a perda de Jesus, o caminho para o Calvário, a crucificação, a deposição da cruz, o sepultamento de Jesus.

 

 

Oração

Ó Jesus crucificado, na tua hora derradeira, sob o fogo de indizíveis dores, tiveste a solidária presença de tua santa Mãe. Queremos também nós, Senhor, no sofrimento e na hora de nossa morte, contar com a força de Maria Santíssima, que a Igreja achou por bem invocar como Nossa Senhora das Dores. Amém.



 

Pe. Edivânio José.

 

terça-feira, 14 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA TERÇA-FEIRA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ


I. INTRODUÇÃO

A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).

A festa da Exaltação da Santa Cruz é sinal da redenção realizada por Cristo. Para o cristão, a cruz é a árvore da vida, o altar da Nova Aliança. No espírito desta celebração, podemos repetir, cheios de gratidão: “Nós vos adoramos, Senhor, e vos bendizemos, porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo”.

II. COMENTÁRIO

Já no final do século V, no Oriente, e final do século VII, no Ocidente, havia uma comemoração em torno da cruz do Senhor. No dia 14 de setembro, as igrejas que tinham uma relíquia maior da cruz costumavam expô-la à veneração dos fiéis, em celebração solene. 

A esse fato dava-se o nome de “exaltação” da Santa Cruz. Instrumento de suplício e símbolo de derrota, a cruz se transformou em sinal de luz e esperança, por ato e mérito de Jesus Cristo, que aceitou fazer dela sinal de amor: “Ninguém tem amor maior do que alguém que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). 

São Paulo compreendeu e expressou a riqueza contida na crucificação de Jesus: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Sua cruz se torna para nós fonte de salvação: “Vocês foram resgatados […] pelo precioso sangue de Cristo” (1Pd 1,19).

 

Oração

Ó Jesus Redentor, para nos redimir e salvar, morreste crucificado. Mudaste, assim, o sentido da cruz: de instrumento de condenação a transformaste em trono de vitória e resgate em favor da humanidade. Embora traga a lembrança dos teus indizíveis sofrimentos, a cruz se torna para nós fonte de salvação. Amém.




 

 

Pe. Edivânio José.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA SEGUNDA-FEIRA SÃO JOÃO CRISÓSTOMO BISPO E DOUTOR DA IGREJA


 

I. INTRODUÇÃO

Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor; chamarei um pastor que as conduza e serei o seu Deus (Ez34,11.23s).

João nasceu em Antioquia, em 349, e faleceu numa região da atual Turquia, junto ao mar Negro, em 407. Grande pregador da Palavra de Deus, contribuiu para a formação catequética e litúrgica. Fez significativas reformas no clero, salientando a pobreza e a simplicidade evangélica. Sua obra consiste, sobretudo, em homilias e comentários exegéticos às cartas do apóstolo Paulo. É chamado “doutor da Eucaristia”. Inspirados por esse pastor exemplar, motivemo-nos a nos aproximarmos com frequência do banquete da Palavra de Deus e da Eucaristia

II. COMENTÁRIO

Estamos diante de um modelo de fé. Um centurião (chefe de cem soldados, a serviço dos ocupantes romanos) não se dirige diretamente a Jesus, mas envia-lhe uma comitiva de anciãos judeus a pedir-lhe que vá curar seu funcionário a quem tanto estima. Pelos emissários, sabemos que o homem tinha bom coração. 

Jesus parte com eles. Mas, cheio de humildade e confiança, o militar envia alguns amigos com este recado para Jesus: “Diga apenas uma palavra e meu servo ficará curado”. Assim acontece, de modo que os emissários, ao voltar para casa, encontram o servo curado. 

E Jesus, tomado de profunda admiração, engrandece a fé que o pagão demonstrou. Com esse episódio, Lucas já anuncia o tempo em que o Evangelho, pela ação do Espírito Santo, se estenderá também aos não judeus.

III. ATUALIZAÇÃO
• O Centurião possuía a virtude da fé, acreditava que Jesus poderia fazer esse milagre se estivesse de acordo com sua divina vontade. 
• A fé permitiu ao Centurião acreditar que onde quer que Jesus esteja, ele poderia curar o servo doente. 
• O Centurião acreditava que nenhuma distância poderia impedir ou deter o Cristo de fazer sua obra de salvação.

Oração

Ó Jesus, nosso Libertador, cheio de compaixão, atendes toda pessoa que te busca de coração sincero, sem levar em conta raça, religião ou função social. Movido de ardente zelo missionário, atendeste o pedido do centurião e lhe curaste o servo. E elogiaste o alto grau de sua fé. Amém.




 

Pe. Edivânio José.

 

domingo, 12 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA 24º Domingo do Tempo Comum - Ano B


I. INTRODUÇÃO

A liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum diz-nos que o caminho da realização plena do homem passa pela obediência aos projetos de Deus e pelo dom total da vida aos irmãos. Ao contrário do que o mundo pensa, esse caminho não conduz ao fracasso, mas à vida verdadeira, à realização plena do homem.

II. COMENTÁRIOS

1ª LEITURA - Is 50,5-9ª

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar a Palavra da salvação e que, para cumprir essa missão, enfrenta a perseguição, a tortura, a morte. 

O profeta está consciente de que a sua vida não foi um fracasso: quem confia no Senhor e procura viver na fidelidade ao seu projeto, triunfará sobre a perseguição e a morte. Os primeiros cristãos viram neste "servo de Jahwéh" a figura de Jesus.

2ª LEITURA - Tiago 2,14-18

A segunda leitura lembra aos crentes que o seguimento de Jesus não se concretiza com belas palavras ou com teorias muito bem elaboradas, mas com gestos concretos de amor, de partilha, de serviço, de solidariedade para com os irmãos.

EVANGELHO - Mc 8,27-35

No Evangelho, Jesus é apresentado como o Messias libertador, enviado ao mundo pelo Pai para oferecer aos homens o caminho da salvação e da vida plena.

Cumprindo o plano do Pai, Jesus mostra aos discípulos que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas pelo amor e pelo dom da vida (até à morte, se for necessário). 

Jesus vai percorrer esse caminho; e quem quiser ser seu discípulo, tem de aceitar percorrer um caminho semelhante.

III. ATUALIZAÇÃO
• Jesus não veio ao mundo para cumprir um destino de triunfos e de glórias humanas, mas para oferecer a sua vida em dom de amor aos homens.
• Na perspectiva dos "homens", Jesus é apenas um homem bom, justo, generoso, que escutou os apelos de Deus e que Se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes d'Ele (vers. 28). 
• É muito, mas não é o suficiente: significa que os "homens" não entenderam a novidade de Jesus, nem a profundidade do seu mistério.

 


Pe. Edivânio José.

 

sábado, 11 de setembro de 2021

HOMÍLIA DO SÁBADO DA 23ª SEMANA DO TEMPO COMUM


 

I. INTRODUÇÃO

Senhor nos surpreende fazendo “publicidade” de si mesmo. Não tenho a intenção de “escandalizar” ninguém com essa afirmação. É nossa publicidade em sentido mundano o que minimiza as coisas grandes e sobrenaturais.

É prometer, por exemplo, que daqui a poucas semanas uma pessoa gorda possa perder cinco ou seis quilogramas usando um determinado “produto-engano” (e outras promessas semelhantes) o que nos faz olhar a publicidade com desconfiança. 

II. COMENTÁRIO

Quando a gente tiver um “produto” garantido cem por cento, —e como o Senhor— não vende nada por dinheiro, somente nos pede que acreditemos tendo Ele como guia e modelo de um perfeito estilo de vida, então essa “publicidade” não nos surpreenderá e nos parecerá a mais lícita do mundo. Não tem sido Jesus o maior “publicitário” ao dizer de si mesmo «Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida» (Jo 14,6)? 

Hoje afirma que quem «vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática» é prudente, «semelhante a alguém que, para construir uma casa, cavou fundo e firmou o alicerce sobre a rocha» (Lc 6,47-48), desse jeito obtém uma construção sólida e firme, que pode desafiar as batidas do mau tempo. 

Se, do outro jeito, quem edifica não tiver prudência, encontrará à casa derrubada, e se ele mesmo estiver no interior, no momento da batida da chuva, perderá a casa, mas também à vida.

III. ATUALIZAÇÃO
• Não é suficiente aproximar-se de Jesus, também é preciso ouvir com muita atenção seus ensinamentos e, principalmente, pô-los em prática, já que, inclusive, o curioso se aproxima dele, também o herege, o estudioso da história e da filologia.
• Apenas será aproximando-nos, ouvindo, e fundamentalmente praticando a doutrina de Jesus, que levantaremos o edifício da santidade cristã, para exemplo de fiéis peregrinos e para glória da Igreja celestial.

Oração

Senhor Jesus Cristo, tua mensagem confirma que nossas palavras precisam corresponder ao testemunho de vida. Belos discursos e fascinante aparência podem até enganar por um tempo, mas o que conta realmente são as boas obras. São como “tijolos” consistentes na edificação da própria vida. Amém.

 



Pe. Edivânio José.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

HOMÍLIA DA SEXTA -FEIRA DA 23ª SEMANA DO TEMPO COMUM


 

I. INTRODUÇÃO

Hoje, as palavras do Evangelho nos fazem refletir sobre a importância do exemplo e de procurar para os outros uma vida de exemplo. Por tanto, o ditado popular diz que «Pai Exemplo é o melhor predicador», e o outro que diz «vale mais uma imagem do que mil palavras».

II. COMENTÁRIOS

Não podemos esquecer, que no cristianismo, todos -sem exceção! - somos guias, já que o Batismo nos dá uma participação no sacerdócio (mediação salvadora) de Cristo: por tanto, todos os batizados temos recebido o sacerdócio batismal. E todo sacerdócio, além da missão de santificar e ensinar aos outros, incorpora também o múnus -a tarefa- de encaminhar ou conduzir.

Sim, todos -queiramos ou não- com nosso comportamento, temos a oportunidade de ser modelo estimulante para os que nos rodeiam. Pensemos, por exemplo, na ascendência que os pais têm sobre os filhos, os professores sobre os alunos, as autoridades sobre os cidadãos, etc. O cristão, no entanto, deve ter uma consciência particularmente viva a respeito de tudo isto. Mas... «Pode um cego guiar outro cego?» (Lc 6,39).

Para nós, cristãos, é uma chamada de atenção aquilo que os judeus e as primeiras gerações de cristãos falavam de Jesus Cristo: «Ele fez bem todas as coisas» (Mc 7,37); «O Senhor começou fazer e ensinar» (At 1,1).

III. ATUALIZAÇÃO
• Devemos tentar fazer em obras tudo aquilo que cremos e professamos de palavra. Numa ocasião, o Papa Bento XVI, quando ainda era Cardeal Ratzinger, afirmava que «o perigo mais grave, são os cristãos adaptados», portanto, é o caso das pessoas que de palavra se professam católicas, mas na prática, com seu comportamento, não demonstram o radical próprio do Evangelho.
• Ser radical, não é ser fanático (já que a caridade é paciente e tolerante) nem exagerado (pois, no amor não é possível exagerar). Como afirmou São João Paulo II, «o Senhor crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente e mansa humildade»: não se trata de um fanático nem de um exagerado. Mas é radical até dizer como o centurião que assistiu sua morte «Na verdade, este homem era um justo» (Lc 23,47)

 



 

Pe. EDIVÂNIO JOSÉ.

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Homília da QUINTA-FEIRA 23a SEMANA COMUM


I. INTRODUÇÃO

Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

Escolhidos e amados por Deus, os cristãos são incentivados a formar um só corpo com Cristo e a expressar essa unidade pela prática do amor, o “vínculo da perfeição”.

II. COMENTÁRIO

A seus discípulos, e a nós, Jesus propõe um caminho exigente. Não se trata apenas de ter amor no coração; é necessário demonstrá-lo com ações. São exigências que vão na direção contrária de nossas tendências egoístas.

Aqui a ordem do Mestre é sair de nós mesmos e favorecer gratuitamente o próximo. Mais que isso, é amar os inimigos e rezar por aqueles que nos caluniam, lembrando que a calúnia produz um rasgo profundo no íntimo da vítima.

A motivação para tudo isso é sermos semelhantes ao Pai Celeste; é assumirmos as atitudes benevolentes que ele assume em relação a todos, bons e maus.

III. ATUALIZAÇÃO

• Jesus declara solenemente: “Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é

misericordioso”.

• Nossas escolhas, se forem segundo as exigências do Reino, serão recompensadas

por Deus em larga medida.

Oração

Ó Jesus, nosso Mestre, cada vez que nos deparamos com estes teus ensinamentos, nos sentimos ainda na superfície em relação ao teu Reino. São exigências que pedem de nós mudança radical de mentalidade e de atitudes. Ajuda-nos, Senhor, a assimilar e a praticar tua mensagem de amor e fraternidade. Amém.



Pe. Edivânio José.